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leituras


Terça-feira, 28.04.20

O último livro de Ricardo Araújo Pereira

O último livro de Ricardo Araújo Pereira é um ensaio muito interessante sobre o humor, a sua importância ou falta dela. Mais curioso é poder entrar na cabeça do humorista e perceber como ele se olha nessa qualidade, como se posiciona no mundo e como o humor é a sua visão desse mesmo mundo. "O humorista deve levar a sério a tarefa de se manter estrangeiro no mundo - e dentro de si mesmo." (p. 33)

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por M Bento às 22:55

Sábado, 30.10.04

Histórias da Terra e do Mar

de Sophia de Mello Breyner Andresen, 1984.

Porto Editora

 

O meu primeiro contacto com Sophia de Mello Breyner Andresen foi nos bancos da Escola Secundária Eça de Queirós. Foi uma leitura condicionada pela necessária abordagem curricular prevista na disciplina de Português. Mesmo assim, não pude deixar de me fascinar por este conjunto de contos escritos com uma linguagem quase poética. Conseguem imaginar um texto em prosa, mas que possui a mesma magia dum texto poético? Pois este é um caso desses.

Aqui ficam os títulos dos cinco contos incluídos neste livro:

  • o      História da Gata Borralheira
  • o      O Silêncio
  • o      A Casa do Mar
  • o      Saga
  • o      Vila d’Arcos

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por M Bento às 23:34

Sábado, 31.07.04

Breviário do Mediterrâneo

de Predrag Matvejevitch, 1994.

Quetzal Editores


Estamos em pleno Verão, época de férias e viagens. Quantas vezes nos apetece andar à aventura por esse mundo fora. Se for esse o caso, então comecem por ler este livro sobre aquela parte do globo que vive de braço dado com o mar Mediterrâneo.

«Nietzsche referia-se às relações do homem com o Mediterrâneo como uma fé no sul. Com o livro inspirado de Predrag Matvejevitche, esta fé tem agora o seu breviário. Canto de amor -mas de um amante experiente, que sabe que o Mediterrâneo não é apenas uma geografia-, o Breviário Mediterrânico mistura os géneros, a erudição e a imaginação, os documentos de arquivo e a experiência vivida, o saber e a recordação, o rigor científico e o sopro épico, o léxico preciso do vocabulário náutico e o delírio das enumerações barrocas.» (In sinopse da obra)

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por M Bento às 23:28

Sexta-feira, 07.05.04

A Difusão Mundial Da Escola

de António Nóvoa e Jurgen Schriewer (eds), 2000.

Educa e Autores

Trata-se dum conjunto de textos originais que abordam a temática associada à concepção teórica, segundo a qual, a difusão do modelo escolar se fez numa lógica global e homogénea, desde os finais do século XIX.

Nesta obra participam autores como:John W. Meyer, Thomas S. Popkewitz, Marianne Bloch, Martin Lawn, Tomaz Tadeu da Silva, Jurgen Schriewer, António Nóvoa, Denice Barbara Catani e Miguel Buendía.

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por M Bento às 23:25

Sexta-feira, 30.01.04

Até Amanhã Camaradas

de Manuel Tiago, 1989.

Edicções Avante


Manuel Tiago é o pseudónimo literário de Álvaro Cunhal (facto assumido pelo próprio em 1994). Por isso não é de admirar que este livro se centre no quotidiano dos funcionários do partido comunista durante o regime de Salazar. Embora sendo um olhar sobre a realidade portuguesa, que parte de dentro da própria estrutura partidária, não deixa de ser uma observação muito interessante, uma vez que os sujeitos desse olhar são os homens e as mulheres que fazem a experiência da clandestinidade. Se ali podemos encontrar a mesquinhez, a ignorância e a estupidez, somos igualmente surpreendidos pela generosidade, pela solidariedade... pela vontade de resistir.

Quando a memória individual e colectiva teima em arrumar, no baú das más recordações, esse período negro da nossa história, a narrativa de Até Amanhã Camaradas, permite, pelo menos, relembrar-nos até onde nos pode levar a nossa condição humana. Para o bem ou para o mal. 

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por M Bento às 22:21

Sábado, 20.12.03

Os Dias de Amanhã

de Victor Cunha Rego, 1999.

Contexto e Círculo de Leitores


Aqui está um livro que recomendo vivamente. Uma colectânea de textos escritos por Victor Cunha Rego e publicados diariamente no Diário de Notícias, ao longo de mais de seis anos.

Durante muitos anos fui leitor assíduo do jornal Diário de Notícias. Sou aliás um consumidor quase compulsivo da imprensa que considero ser de qualidade. Com os meus alunos adultos sempre travei uma luta quase titânica contra a ausência de hábitos de leitura cuidada e criteriosa da imprensa escrita.

Uma das “coisas” que me levava a ler, quase religiosamente, o DN eram as pequenas crónicas de Victor Cunha Rego, de segunda a sexta, na última página do jornal. Nessas crónicas o autor, como que pensando em voz alta, leva-nos a reflectir e assim analisar o mundo que nos rodeia, de uma forma livre dos maniqueísmos da pequena política. Ao reler muitas dessas crónicas, encontrei nelas leituras do mundo e da sociedade quase proféticas. Hoje estou, cada vez mais, convencido que Victor Cunha Rego era um homem bem à frente do seu tempo.

Felizmente que em 1999, ainda antes da sua morte, o convenceram a seleccionar alguns desses textos para dar origem a um espantoso livro com o título: “OS DIAS DE AMANHÔ. Como ele afirma, na introdução, fê-lo “Porque não abdicamos das revoltas relativas. Cépticos sim. Indiferentes não.1 Numa das últimas crónicas publicadas e incluídas neste livro, revela toda a sua perplexidade perante um mundo orgulhosamente indiferente, adolescente e que quase abdica da inteligência. “Nesse campo não escondi achar que as nossas dores são demasiado tímidas. As dores, os medos, as espontaneidades, os amores, os ódios são demasiado tímidos. Trocamos a ousadia pelo entretenimento. Pensamos pouco, mergulhamos em tarefas neuróticas e só queremos como compensação divertirmo-nos o máximo possível. Divertimo-nos em vez de vivermos. Dilapidamos a inteligência e cortejamos a tolice. Mantemo-nos na periferia de nós próprios, recusando o mistério que se desenrola na alma.2

Vale a pena gastar algum tempo a pensar. Esse é o desafio do autor.

 1 Victor Cunha Rego «Os Dias De Amanhã» - Círculo de Leitores (2000) - Introdução

 2 Victor Cunha Rego «Os Dias De Amanhã» - Círculo de Leitores (2000) - p.332

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por M Bento às 22:03

Quarta-feira, 12.11.03

Asterix - O Grande Fosso

de Goscinny- Uderzo, 1980.

Bertrand Editora

 

 

Desculpem-me, mas volto à Banda Desenhada. Prometo que depois retomarei a prosa.

Asterix e Obélix são duas personagens que me fizeram companhia durante muitos anos. Aquela aldeia é verdadeiramente uma terra de loucos (ah, santa loucura!!!)!

Por de trás da imaginação prodigiosa, dos autores, num universo aparentemente tão limitado como é o de uma aldeia, perdida algures nos confins do império romano, que resiste hoje e sempre ao invasor, existem sempre outras leituras possíveis das loucas aventuras dos nossos heróis. Esta história que aqui hoje vos sugiro, é apenas uma das muitas possíveis. Uma aldeia que se desentende internamente e que por isso cava um fosso separador é uma dessas possíveis metáforas. Quando esta obra foi editada, em 1980, estávamos em plena guerra fria, com uma bela cidade, bem no coração da Europa, dividida por um ignóbil muro da vergonha. É no mínimo interessante.

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por M Bento às 22:00

Terça-feira, 11.11.03

O Mundo Da Mafalda

de Quino

Bertrand Editora

 

 

Continuo no campo da banda Desenhada.

Palavras para quê, é a terrível Mafalda e basta! No final da minha adolescência devo a Quino e à sua Mafalda, o ter aprendido a olhar o mundo com olhos de ver. Fundamentalmente, ter aprendido a não ficar indiferente. leiam e divirtam-se.

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por M Bento às 23:55

Segunda-feira, 10.11.03

A Vida Começa às 6:40

de Brian Basset

Gradiva

 

 

O segundo álbum da série Adam publicado em Portugal, narra-nos as aventuras de uma família que deve muito pouco às convenções: enquanto Laura, a mãe, enfrenta os desafios de uma carreira profissional, Adam, o pai, toma a seu cargo a lida doméstica e a educação dos três filhos: Clayton, Katy e o bebé Nick. É nesta inversão dos papéis familiares tradicionais que Brian Basset funda o humor e a ironia que caracterizam as suas páginas, oferecendo-nos um olhar cheio de ternura sobre o quotidiano de uma família dos anos 90. 

A vida de Adam começa, pois, às 6:40 e prossegue a um ritmo imbatível. Entre as trouxas de roupa suja, as experiências culinárias e as birras dos três rebentos, os contratempos sucedem-se e nada parece correr como planeado. Mas será tudo, afinal, por uma boa causa: o prazer do leitor.” (in Sinopse da Obra)  

 

Não é apenas na prosa, ou na poesia, que podemos encontrar obras que nos enchem a alma. Também na Banda Desenhada nos podemos muitas vezes surpreender com uma narrativa de qualidade quase sublime. Neste caso, as aventuras e desventuras de Adam e sua família são muitas vezes como um bálsamo nas nossas vidas. Confesso que com as obras desta colecção fui brindado, muitas vezes, com momentos deliciosamente hilariantes. Por um lado, a nós que somos pais, sabe tão bem ver que as experiências que vivemos com os nossos filhos não são únicas e que têm bastas vezes um lado cómico (ou trágico-cómico). Por outro lado sabe igualmente bem saber que o pior ainda não nos aconteceu. Por isso: OBRIGADO ADAM.

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por M Bento às 23:52

Domingo, 02.11.03

O Último Cabalista de Lisboa

de Richard Zimler

Porto Editora

 

O Último Cabalista de Lisboa

O Último Cabalista de Lisboa é um romance cuja acção decorre em 1506 entre os judeus forçados a converter-se ao cristianismo, no reinado de D. Manuel I. Em Abril desse ano, durante as celebrações da Páscoa, cerca de 2000 cristãos-novos foram assassinados num pogrom e os seus corpos queimados no Rossio. As principais personagens pertencem a uma família de cristãos-novos residente em Alfama, cujo patriarca, Abraão Zarco, é um iluminador e membro da célebre escola cabalística de Lisboa. Depois do pogrom, ele e uma jovem rapariga são encontrados mortos na cave, com a porta fechada por dentro. (...) Estes os mistérios que terão de ser resolvidos por Berequias Zarco, sobrinho de Abraão e seu discípulo no estudo da cabala. ” (in Sinopse da Obra)

Mais um romance cuja acção decorre tendo como pano de fundo acontecimentos históricos. Neste caso o episódio dramático dos cristãos-novos no reinado de D. Manuel I. É um período que a memória nacional tenta não recordar. Parece que interessa esquecer. Mesmo quando se fala disto nas escolas, tenta-se fazê-lo com o máximo de leveza, não parando nele muito tempo. Para a nossa ideia de brandos costumes, que orgulhosamente pensamos ter, estes acontecimentos em pleno século XVI são altamente incómodos.

O romance está extraordinariamente bem escrito, com uma narrativa simultaneamente agradável e intensa. O enredo policial é muito inteligente e o desfecho espantosamente surpreendente. Vale a pena ler. Aproveitem as férias para o fazer.

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por M Bento às 21:42


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